17.3.17
Terras sem Sombra em Santiago do Cacém
Três razões para ir a Santiago do Cacém:
Avejões, o melhor quarteto de cordas do mundo e a plantação de sobreiros.
Após Almodôvar e Odemira, o Terras sem Sombra muda agora de cenário para Santiago do Cacém, onde está preparado mais um programa intenso de descobertas em torno do património, música e biodiversidade.
Nos dias 25 e 26 de Março, as atenções concentram-se na história e na arte de uma terra que pertenceu à Ordem militar de Santiago da Espada, sem esquecer a rica “mitologia” local e, claro está, as pessoas que aqui habitam – e que se irão envolver na plantação de sobreiros, ajudando a salvar a mata do antigo convento de Nossa Senhora do Loreto.
O Festival conta ainda com a presença de um agrupamento musical de excepção, vindo dos Estados Unidos.
Mistérios de uma cidade repleta de segredos:
Como é já hábito, o evento começa sábado, às 14h30, com uma visita ao centro histórico de Santiago do Cacém, terra senhorial, onde igrejas, palácios e mansões guardam tesouros históricos.
A matriz, no alto do castelo, é o ponto de encontro de um percurso que visitará esta fortaleza, a tapada do Palácio dos Condes de Avillez, a antiga judiaria, a capela das Almas, a igreja da Misericórdia, a mais do que centenária Sociedade Harmonia e outros monumentos pouco conhecidos, sem esquecer um moinho de vento, recentemente recuperado nas Cumeadas. O foco do passeio, no entanto, será o palácio dos Condes de Bracial, belo edifício da época romântica, e que abre as portas ao público, pela primeira vez, neste dia.
Mas andar pelas ruas antigas da cidade é também a ocasião para conhecer histórias de outros tempos e confrontar usos e tradições. Por exemplo, a lenda do túnel que liga o castelo de Santiago às ruínas de Miróbriga, desafiando as leis da gravidade. Ou o medo causado pela aparição de avejões (fantasmas), que se manifestavam, sobretudo em noites de Lua cheia, em duas encruzilhadas da povoação, os Cantos do Meio-Dia e os Cantos de Santo António. Ou os sustos causados pela alma penada da “condessa velha” aos que se aventuravam, fora de horas, na rua em cotovelo, junto à Casa das Heras...
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De Nova Iorque para o Alentejo: Brentano String Quartet
Para o serão está reservado um grande concerto, com aquele que é considerado pela crítica como um dos melhores – senão o melhor – quartetos de cordas da actualidade. Depois de visitar algumas das principais capitais europeias, esta formação termina a sua itinerância no Alentejo, com o concerto “Perpétuo Movimento: Em torno d’A Arte da Fuga”. Trata-se de um tributo a J. S. Bach em que o célebre compositor alemão vai ser escutado a par de Gesualdo, Kurtag, Gubaidulina e Britten.
O Brentano String Quartet é actualmente o quarteto titular residente da mítica Yale School of Music, sucedendo ao Tokyo Quartet nessa posição. Desde a sua criação, em 1992, tem sido muitíssimo aplaudido pelo público e pela crítica. Nas últimas temporadas, tem viajado incansavelmente, percorrendo os Estados Unidos, Canadá, Europa, Japão e Austrália – e actuando nos teatros mais prestigiosos do mundo. A propósito do programa que foi anunciado para o Terras sem Sombra, escreve o Washington Post: “gratificante em todos os sentidos”. E oLondon Independent vai ainda mais longe, ao classificá-lo como “apaixonante e fascinante”.
Defender o antigo convento do Loreto e a sua mata de sobro:
Na manhã de domingo, às 10h00, o alvo será a paisagem cultural em torno do antigo convento de Nossa Senhora do Loreto. Aproveitando a proximidade ao dia mundial da floresta, a jornada será consagrada à salvaguarda do montado de sobro, incidindo num aspecto fulcral da sua continuidade – a renovação. Para tal, serão plantadas várias dezenas de sobreiros, provenientes da Mata Nacional de Valverde, em Alcácer do Sal. Pretende-se ainda definir um “caderno de encargos” para o acompanhamento das plantas, assegurando a sua protecção. Esta iniciativa irá envolver a comunidade local: quem plantar um sobreiro será o seu protector e compromete-se a regá-lo no próximo Verão, de modo a garantir a sua sobrevivência. Uma placa assinalará o nome do “padrinho” de cada árvore.
Programa Santiago do Cacém
25 de Março
Património
14:30 – 17:30 – Visita ao Centro Histórico
Local em destaque – Palácio dos Condes de Bracial
Ponto de encontro - Igreja Matriz de Santiago Maior
Música
21H30 – Brentano String Quartet
Perpétuo Movimento: Em torno d’A Arte da Fuga
Local: Igreja Matriz de Santiago Maior
Viola_ Misha Amory
Violino_ Serena Canin
Violoncelo_ Nina Lee
Violino_ Mark Steinberg
26 de Março
Biodiversidade
A Paisagem Cultural em torno do Convento do Loreto – assegurar a sua continuidade
10:00 – Saída _ Igreja Matriz de Santiago Maior
10.3.17
Atlântico - Especial - este sábado às 7 da tarde.
Este sábado, às 7 da tarde, Especial Festival da Canção com a análise da edição deste ano, a vencedora e outras de sempre.
Destaque a 30 anos sem José Afonso.
Com a participação de Luís Silva do Ó.
7.3.17
Sábado 11 março - Homenagem a José Afonso em Santiago do Cacém
Terras sem Sombra - Agora também na Rádio Vaticano
Fundada por Pio XI e instalada, a pedido do papa, pelo próprio Marconi, em 1931, efectuou a primeira transmissão em 12 de Fevereiro deste ano, utilizando duas frequências e um transmissor de 10kw, à data qualquer coisa de extraordinário. Uma semana depois de começar a emitir, tornou-se logo célebre por denunciar, ante um mundo incrédulo, as perseguições de que os judeus eram vítimas na Alemanha. Depois, na II Guerra Mundial manteria uma posição a favor das Aliados, apesar de todos os esforços de Joseph Goebbels, o ministro nazi responsável pela propaganda, para a silenciar. Não o conseguiu, graças ao estatuto de extraterritorialidade da Cidade do Vaticano e ao prestígio de Pio XI.
Hoje, dotada com os mais modernos meios técnicos, a Rádio Vaticana continua a destacar-se pelo rigor informativo e pela abertura à sociedade. Efectua transmissões para todo o planeta em ondas curtas, ondas médias, FM e internet. A programação é construída por mais de 200 jornalistas, em 61 países, e ultrapassa anualmente 42 000 horas de radiodifusão. Na internet, tem uma média superior a 500 mil acessos semanais, sendo um meio muito influente nas suas áreas de acção.
Roma olha com interesse para o Baixo Alentejo
A Rádio Vaticana considerou o Terras sem Sombra um festival de referência nas suas três vertentes – património, música e biodiversidade – e acaba de dar-lhe o seu apoio, o que constitui uma oportunidade do maior alcance para divulgar a iniciativa no plano global e internacionalizar o Alentejo. Trata-se igualmente de um sinal de apreço pelo esforço que a região tem vindo a fazer, desde há décadas, na salvaguarda do património religioso em territórios de baixa densidade, unindo-o à promoção de uma reflexão sobre o papel da espiritualidade na arte e à nobre causa da conservação da natureza.
“É a primeira vez que temos a Rádio Vaticana connosco, no âmbito de uma parceria internacional, e consideramos esta colaboração um sinal importante, vindo de Roma, para o que está a ser feito”, assinala José António Falcão, director do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja. Este serviço, formado por voluntários, organiza o Terras sem Sombra desde 2013, uma iniciativa da sociedade civil que conta com a parceria da associação Pedra Angular e o apoio dos municípios, do Turismo do Alentejo, das direcções regionais da Cultura e da Conservação da Natureza e Floresta e de outras forças vivas da região.
A parceria agora estabelecida vai permitir uma cobertura regular das actividades do festival, existindo o propósito de que possa ser alargada a outros projectos, como a radiodifusão de concertos. O Terras sem Sombra foi distinguido como o quinto melhor festival de “música clássica” do mundo, pela crítica da especialidade, que realçou a sua ligação às comunidades locais e o facto de fazer da valorização do território e da salvaguarda dos monumentos religiosos e dos santuários da vida selvagem uma prioridade.