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13.4.16

O Brasil em destaque no Terras sem Sombra 








Uma brilhantíssima interpretação de Alberto Zedda na igreja matriz de Santiago do Cacém, a 2 de Abril, elevou o Alentejo à primeira linha da música sacra internacional. Este concerto memorável correspondeu, em pleno, ao que o director do Festival, Juan Ángel Vela del Campo, definiu como a essência do Terras sem Sombra: “uma experiência única dos sentidos”. O programa segue, agora, com outros músicos de excepção, na igreja matriz de Ferreira do Alentejo.

A 12.ª edição do Festival Terras sem Sombra recebe, como país convidado, o Brasil – uma escolha que reflecte a sua ligação histórica, construída ao longo de séculos e renovada nos últimos tempos, ao Alentejo. Desde a era de Quinhentos que o território brasileiro tem sido o destino de inúmeros alentejanos, boa parte dos quais (ou dos seus descendentes) voltaram à região onde tinham as origens.
Tudo isto viria a traduzir-se num verdadeiro movimento de “torna-viagem”: muitas das ideias, das crenças, das manifestações artísticas e culturais e, particularmente, das tradições musicais que transitaram de Portugal para o Brasil, regressaram até nós, já transformadas e já profundamente enriquecidas, não só pelos contributos das nações ameríndias e da extraordinária herança africana, mas também pela afirmação da própria identidade brasileira.
 

Jean-Christophe Frisch e Le Baroque Nomade desvendam diálogos musicais



Foi a consciência destas e de outras ligações, profundas, mas esquecidas, que levou o director artístico a traçar, dentro da programação do Festival em 2016, um ciclo coerente que permite ao público europeu ter uma perspectiva bastante completa da identidade musical brasileira, desde o tempo do Barroco até aos grandes criadores actuais.
A igreja matriz de Ferreira do Alentejo, localidade que o Terras sem Sombra visita este ano pela primeira vez, acolhe a 16 de Abril, às 21h30, o primeiro concerto dedicado ao Brasil, a cargo do ensemble francês Le Baroque Nomade, um dos agrupamentos mais famosos, pela interpretação historicamente informada do extraordinário diálogo que ocorreu, no século XVIII, entre o repertório europeu e as tradições musicais de outros tempos e de outros lugares, como a China, a Turquia, a Etiópia – e, claro está, o Brasil.
Dirigido por Jean-Christophe Frisch e norteado pelo propósito de revelar autores e partituras votados ao esquecimento, Le Baroque Nomade apresenta um projecto cheio de significado: convida a conhecer o extenso período de intercâmbios musicais que medeia entre o século XVIII e a actualidade. A presença de intérpretes de excepção, como a soprano Cyrille Gerstenhaber, a meio-soprano Sarah Breton, o tenor Vincent Lièvre-Picard, o barítono Emmanuel Vitorsky e o organista Mathieu Dupouy, todos eles personalidades bem conhecidas do meio artístico internacional, oferece um passaporte seguro para esta singular “torna-viagem”.
Pelo Mar, pelo Sertão: Música do Brasil nas Épocas do Reino Unido e do Império é o título do concerto que coloca, lado a lado, obras de Luís Álvares Pinto, um dos primeiros compositores brasileiros, natural de Recife e formado na catedral de Lisboa; do P.e José Maurício Nunes Garcia, o grande mestre do Rio de Janeiro no tempo em que D. João VI estabeleceu a sua corte nesta cidade, alguém que ombreou com alguns dos melhores músicos da época; e de um artista europeu, o austríaco Sigismund von Neukomm que viveu na capital brasileira entre 1816 e 1821 e conheceu de perto as tradições musicais do Novo Mundo.

Preservar uma ilha de biodiversidade no meio do oceano da agro-indústria




Na manhã de domingo, 17 de Abril, às 10h00, músicos, espectadores e comunidade local vão associar-se para uma acção de salvaguarda da biodiversidade, sob o mote Hospedaria de Peregrinos: A Lagoa dos Patos, Ilha de Biodiversidade no Oceano Olivícola, que procura identificar práticas de gestão favoráveis à biodiversidade num contexto de agricultura intensiva dos blocos de rega beneficiados pela albufeira de Alqueva.

Embora conhecida como Lagoa dos Patos, a zona húmida alvo da iniciativa, na fronteira dos concelhos de Ferreira do Alentejo e Alvito, agrupa duas albufeiras, resultantes de açudes destinados a acumular água para abastecer os arrozais situados a sul e oeste destas. Esta actividade visa caracterizar a diversidade primaveril de aves aí existentes, relacionando-a com as características muito próprias de um local tão singular, mas ameaçado pela multiplicação das áreas consagradas à agro-indústria e aos seus potentes meios tecnológicos, por vezes problemáticos para a conservação da natureza.

A acção, aberta a todos os interessados, é coordenada pelo Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, em parceria com o Município de Ferreira do Alentejo.

De entrada livre, o Festival é organizado pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja prolonga-se até  2 de Julho e segue para Odemira, Serpa, Castro Verde e Beja. Um hino ao Baixo Alentejo: à beleza dos seus espaços naturais e ao prazer da descoberta cultural.

Programa FERREIRA DO ALENTEJO

16 de Abril de 2016 [21H30]
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção
Pelo Mar, pelo Sertão: A Música do Brasil no Tempo do Reino e do Império

XVIII-21/Le Baroque Nomade
Soprano Cyrille Gerstenhaber
Meio-soprano Sarah Breton
Tenor Vincent Lièvre-Picard
Barítono Emmanuel Vitorsky
Órgão e piano Mathieu Dupouy
Flautas, serpentão e direcção musical Jean-Christophe Frisch

17 de Abril [10:00]
Hospedaria de Peregrinos: A Lagoa dos Patos, Ilha de Biodiversidade no Oceano Olivícola


11.4.16

FTSS avança para Ferreira do Alentejo 



8.4.16

Cidade de Évora recebe III Edição da EXIB Música 



De 04 a 07 de maio



Inserida nas comemorações do 30º aniversário da classificação de Évora pela UNESCO como Património Mundial, a cidade de Évora e a Expo Ibero-americana de Música – EXIB Música, apostam na Identidade como premissa para a realização da III Edição da Expo.

Após o sucesso das duas últimas edições em Bilbau, o encontro anual da música Ibero-americana na Europa - EXIB Música, comemora a sua III Edição numa emblemática cidade, caracterizada pelos seus valores culturais. Esta parceria pretende promover e aumentar o diálogo intercultural e fortalecer a indústria musical da Ibero-América, num ambiente que valoriza particularmente a sua identidade e que conta com o apoio de consagradas entidades como a Câmara Municipal de Évora, o Turismo do Alentejo - ERT, e a colaboração de importantes instituições locais, nacionais e internacionais.

De 4 a 7 de Maio, Évora acolhe a música ibero-americana, expositores, debates, músicos e profissionais em torno de uma programação que mais uma vez, coloca especial ênfase no estímulo da circulação das músicas ibero-americanas, no reconhecimento da diversidade das suas expressões, no compromisso dos seus conteúdos e no valor de cooperação como principal elemento no fortalecimento da indústria musical e cultural da Ibero-América e desta com o mundo. 18 showcases de música ao vivo irão ocupar os palcos da Praça do Giraldo e do Templo Romano, com acesso livre à população da cidade. 

  

A programação da III Edição, destinada a profissionais credenciados, conta com importantes eventos que dão continuidade a conteúdos de importante relevância para a Expo. O I Encontro de Imprensa Musical: O Jornalismo Musical na Ibero-América propõe um olhar inovador face às músicas ibero-americanas, revela técnicas do jornalismo de investigação aplicadas à área musical, aposta na identidade e propõe a reflexão sobre uma profissão em constante mutação. O II Encontro de Festivais pelas Músicas da Ibero-América é um encontro orientado para convocar festivais de todo o mundo, com o objetivo de acrescentar valor à difusão e à circulação da música ibero-americana (América Latina, Portugal e Espanha).

Oito micro-conferências e/ou lançamentos de projetos, acompanham os expositores na Zona de Encontro Profissional, localizada no Palácio D. Manuel, onde irá decorrer também a II Tertúlia sobre Música e Línguas Originais.

A programação será igualmente constituída pela Masterclass de Flautas do músico brasileiro, Carlos Malta e pelo Ciclo de Documentários de Música, composto por quatro documentários de vários países ibero-americanos.

www.exibmusica.com
https://www.facebook.com/exibmusica

1.4.16

Alberto Zedda: o mais conceituado intérprete de Rossini actua, aos 88 anos, à frente de um elenco de excepção, no Festival Terras sem Sombra 

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O Terras sem Sombra tem na sua génese a descentralização cultural, a formação de novos públicos e a irradiação do Alentejo, assim, e depois de dois fins-de-semana de programação do Festival em Almodôvar e Sines, no dia 2 de Abril, cabe a Santiago do Cacém acolher, num espaço de excepção – a sua igreja matriz gótica –, Petite Messe Solennelle, de Gioachino Rossini, dirigida por Alberto Zedda, antigo director musical do Teatro alla Scala, de Milão, uma das grandes figuras da música internacional dos nossos dias. Uma iniciativa levada a cabo em parceria com o Município de Santiago do Cacém.
 
Alberto Zedda é um fenómeno da natureza e um exemplo de dedicação à ópera: aos 88 anos, continua em pleníssima actividade. Considerado o grande maestro de tudo o que diz respeito à produção rossiniana, vê-se aclamado em todos os palcos que pisa. Apresenta-se agora no Alentejo, na companhia de quatro notáveis solistas formados na Accademia Rossiniana de Pesaro, a cidade natal de Rossini, e do Coro de l Molino.

Alberto Zedda desenvolveu uma intensa actividade operística nas principais salas do mundo. Gravou um vasto conjunto de discos de música sinfónica, de câmara e ópera. Dedica parte do seu tempo à actividade musicológica, realizando edições críticas de óperas, oratórias e cantatas, com particular incidência em Rossini.

Da sua obra escrita, salienta-se o livro Divagazioni Rossiniane (2012). Membro do Comité Editorial da Fondazione Rossini desde os primórdios, foi director do repertório italiano na New York City Opera; director musical do Festival della Valle D’Itria, de Martina Franca; asessor artístico do Rossini Opera Festival, de Pesaro, e do Festival Mozart, da Corunha; director artístico do Festival Barocco, de Fano, do Teatro Carlo Felice, de Génova, e do Teatro alla Scala, de Milão.

Actualmente, é o director artístico do Rossini Opera Festival, de Pesaro; dirige também a Academia Rossiniana, com sede nesta cidade.

Petite Messe Solennelle nasceu em 1863, poucos anos antes da morte de Rossini que chegado ao final de uma existência no decurso da qual tinha podido observar como as maiores satisfações andavam a par com a desilusão da interpretação errada e o drama da renúncia ao teatro, Rossini regressou então à temática religiosa.

Esta surpreendente obra, concebida para dois pianos, um harmónio, um coro de doze cantores e quatro solistas, vai ser interpretada em Santiago do Cacém pela soprano Isabella Gaudí, pela meio-soprano Cecilia Molinari, pelo tenor Sunnyboy Dladl e pelo barítono Pablo Ruiz, além do Coro de Cámara de El Molino e de Ruben Sánchez-Vieco e Josu Okiñena ao piano e ao harmónio.

A igreja matriz de Santiago Maior, uma obra-prima do Gótico quatrocentista, estreitamente vinculada ao Caminho de Santiago, será palco desta Missa que se prevê um espectáculo tocado pela magia e será o ponto de partida para o passeio de biodiversidade que se realiza no dia seguinte ao concerto.

Um dos traços que distinguem o Terras sem Sombra é a divulgação do património edificado, da música sacra e da natureza, logo, no domingo pela manhã, artistas, espectadores e membros da comunidade local, estarão ao serviço da defesa da biodiversidade, na acção 
De Santiago do Cacém a Santiago de Compostela - Conhecer, Salvaguardar e Valorizar o Caminho Português no Sudoeste.

Serão percorridos cerca de 5 km até às ruínas do convento franciscano de Nossa Senhora do Loreto, seguindo uma etapa da Rota Vicentina que acompanha o Caminho histórico de Santiago.

No presente troço, domina o sobreiro, uma árvore indispensável para a economia local, para a formação do solo, para a composição da paisagem, constituindo um elemento fundamental de todo um ecossistema com extraordinária biodiversidade. O montado de sobro suporta um conjunto de espécies únicas e com estatuto de protecção. Só em termos de avifauna, existem nele mais de 50 espécies nidificantes que poderão ser observadas ao longo do caminho.

De entrada livre, o Festival é organizado pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja e prolonga-se até  2 de Julho. De Santiago do Cacém segue para Ferreira do Alentejo, Odemira, Serpa, Castro Verde e Beja, sob o título Torna-Viagem: o Brasil, a África e a Europa (Da Idade Média ao Século XX). Um hino ao Baixo Alentejo: à beleza dos seus espaços naturais e ao prazer da descoberta cultural.
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Programa Santiago do Cacém

2 de Abril [21:30]

Santiago do Cacém 
Igreja Matriz de Santiago Maior

Petite Messe Solennelle
de Gioachino Rossini 

Soprano Isabella Gaudí
Meio-soprano Cecilia Molinari
Tenor Sunnyboy Dladla
Barítono Pablo Ruiz
Coro de Cámara de El Molino
Direcção coral Eugenia Durán
Piano-harmónio Ruben Sánchez-Vieco, Josu Okiñena
Direcção musical Alberto Zedda

Entrada livre até se esgotar a capacidade da igreja

3 de Abril [10:00]

De Santiago do Cacém a Santiago de Compostela: Conhecer, Salvaguardar e Valorizar o Caminho Português no Sudoeste

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